#15 como uma mudança muda a gente
a primeira newsletter escrita - e ilustrada - a partir do meu novo endereço
na edição (diferente) de hoje: um quase diário de bordo de uma expatriada.
eu me mudei pra Nova York.
desde que eu soube que isso ia acontecer, no dia 5 de janeiro, véspera do meu aniversário, eu descobri várias novidades sobre mim. acho que a mais simbólica foi que eu, que lido profissionalmente com notícias todos os dias, não tenho muita sensibilidade ao noticiar fatos da minha própria vida pras pessoas queridas. minha tentativa de contar sobre a mudança de maneira engraçadinha, por exemplo, levou meu pai às lágrimas no restaurante que a gente marcou de almoçar pra comemorar meus 35 anos. nada grave, mas ele merecia um pouco mais de delicadeza e deferência nesse momento. essa lição eu aprendi.
e sigo aprendendo outras.
passaram-se 67 dias entre receber a notícia e embarcar pros Estados Unidos com três malas grandes, uma pequena e uma mochila. eu sei que tudo o que aconteceu nesse período, na verdade, ainda está acontecendo. é como se eu tivesse dado o sinal de largada numa corrida que não tem linha de chegada determinada. o processo tá longe de terminar e eu tô curtindo descobrir os desdobramentos dele aos poucos.
no sentido mais pragmático, um bom resumo é: tá tudo caminhando, eu já tive contratempos e tenho uma lista considerável de pendências pra resolver amanhã e depois. e depois, e depois. faz parte. muitas coisas deram certo de primeira também. eu já tô super familiarizada com as linhas de metrô e as direções que elas seguem. e cheguei no meio de uma semana bem primaveril em pleno inverno. como eu disse, tá tudo caminhando.
no sentido mais romântico, digamos, preciso me demorar um pouco mais. afinal, foi ele que me sustentou durante todo esse período. ou melhor, foram elas, as minhas pessoas, que me ajudaram a me sustentar.
receber e aceitar o convite pra trabalhar em Nova York, e mudar minha vida toda pra cá, movimentou todas as minhas relações. TODAS. e, consequentemente, me movimentou. fazer uma mudança desse tamanho nos coloca diante de muitas expectativas e incertezas. e, pra minha surpresa, descobri que também expõe expectativas e incertezas das pessoas que nos cercam. entramos todos no mesmo barco. e o meu esteve com lotação máxima nesses 67 dias. e contando…
jamais me arriscaria a citar nomes e correr o risco de esquecer alguém, mas guardo comigo cada abraço, mensagem, conversa, celebração, choro, carinho, choque de realidade, incentivo, sorriso, acolhimento que tive - e tenho - o privilégio de receber. vocês sabem quem são e eu amo vocês.
nesses últimos dias, fui vulnerável como nunca e essa abertura me permitiu viver experiências inéditas de amor. pela primeira vez, percebi que uma fragilidade pode ser uma oportunidade. diante do imprevisível, encontrei o que eu já tinha, as pessoas que são fundamentais pra mim. foi realmente único poder me jogar sabendo que elas estão comigo, cobrindo todas as frentes e compartilhando essa aventura que é viver.
inspiração da edição
quando eu tava arrumando a mudança e me deparei com a dúvida sobre o que fazer com minhas centenas de livros, minha mãe sugeriu que eu doasse praticamente tudo porque iria comprar muitos novos aqui. eu sabia que ela não tava errada e acabei doando mesmo a maior parte do meu acervo.
para a surpresa de ninguém, num dos meus primeiros dias em NY, eu comprei dois livros. encontrei nessa seção da foto acima minhas autoras favoritas em publicações às quais nunca tinha visto no Brasil. foi muita emoção, gente! (por favor, passem esse pano pra mim, vai. minha mãe já passou! rs)
minhas aquisições foram: Intimations, de Zadie Smith, uma coleção de ensaios escritos por ela no começo da pandemia; e black friend, de ziwe, uma comediante incrível que vale ter no radar. a entrevista dela com o George Santos, sim, aquele George Santos, é impagável. a primeira vez que eu ouvi a ziwe foi nesse episódio do falecido podcast Archetypes, da Meghan Markle. eu me encantei imediatamente.
um lugar para conhecer
Nova York, né.
confesso que não encontrei ainda numa solução que me agrade para essa parte da newsletter. já pensei em extingui-la, já pensei em dar dicas daqui, já pensei em transformar em outras coisas. ideias? estou aberta a sugestões.
por enquanto, vou dividir com vocês uma pequena galeria de fotos que eu fiz em uma semana morando na cidade que nunca dorme. spoiler: dorme, sim, e cedo! mas isso é papo pra outra edição…









até daqui a 15 dias! agora, mais do que nunca, obrigada pela companhia e bora conversar.
em @vivi_dacosta eu compartilho mais sobre minhas inspirações e minha vida. entre uma edição e outra por aqui, dá pra gente trocar boas ideias por lá. 😎
Eu já falei que a VSTM tem que continuar?...pode ser com dicas para turistas...com suas impressões da cidade, pelo seu olhar de brasileira (e, por favor, seja sincera...porque as pessoas só contam as coisas boas, que tudo funciona, que tudo é maravilhoso...que não tem lixo, morador de rua e blá, blá, blá...
fazendo parecer que o Brasil é horrível... Tudo bem, não é o jardim do éden, mas não é o pior kkkk). Titia segue na torcida para que vc seja muito feliz aí... e poste corridas no Central Park...
Ah! E graças à Maria fiquei com um pedacinho seu (três, na verdade)! Obrigadaaaaa! Beijoooo!!!
Vivi, acho justissimo a news continuar com nova york sendo o novo pano de fundo. E que mudança, né? Sigo na torcida, pena que não deu tempo a gente se despedir pessoalmente. O processo de ir é uma loucura mudando de estado, imagino de país. Logo mais, você estará se sentindo em casa em todos os sentidos.