na edição de hoje: uma despedida gentil de 2024, pra receber 2025 com tudo!
essa é a última edição regular de vai sem tempo mesmo de 2024. eu pensei em fazer algo na linha “melhores do ano”, sim, mas a ideia passou rápido. assim como esse ano. tenho a sensação de que vivi 50 anos em 1, na velocidade 5 do créu. tudo muito, tudo acelerado. mês após mês, me peguei pensando: “caramba, parece que já se passaram muitos dias e ainda estamos só na primeira quinzena”.
na última semana, ouvi diversas pessoas reclamando que dezembro parecia interminável. uau! não era dia 15 ainda. acho que estamos todos um pouco cansados desse ritmo frenético. eu estou, com certeza.
acho que, por isso, esse foi um ano em que eu gostei muito de consumir conteúdos “antigos”. assisti a dezenas de filmes e séries, visitei algumas exposições, li vários livros e todo tipo de texto. nesse pacote, entraram diversas novidades, mas fiz o movimento intencional de dedicar minha atenção às coisas sobre as quais me sentia em atraso. fazendo uma retrospectiva rápida, percebi que esse foi o ano de me voltar aos consagrados. e posso dizer tranquilamente que valeu a pena fazer esse investimento de curadoria.
se tem uma coisa que eu gosto é de deixar algumas febres passarem e me apaixonar por algo depois de todo mundo. acho que tem um charme em não saber de nada enquanto só se fala sobre aquele assunto. vai ver, Freud explica a jornalista de gosta de poder se dar ao luxo de estar desinformada, às vezes. eu curto mesmo.
e gosto mais ainda de, tempos depois, surfar naquela onda que eu já sei que é garantia de sucesso. primeiro, consigo consumir o conteúdo no meu tempo. segundo, a companhia pra trocar ideia é garantida. foi assim com a série de televisão Ted Lasso.
eu me lembro perfeitamente de quando eles varreram o Emmy em 2021 e eu fique me perguntando o que era aquilo que tinha escapulido totalmente do meu radar. pouco depois, virou sensação no Brasil. mas eu perdi o bonde. um pouco por falta de assinatura da Apple TV, um pouco por preguiça de acompanhar mais um fenômeno. meu irmão se manteve inabalavelmente enchendo meu saco pra assistir à série por anos. até que, em 2024, eu me viciei.
eu queria ver algo inovador, diferente, que me cativasse. foi exatamente o que encontrei em Ted Lasso. ele é um otimista inabalável, que parece bobo num primeiro momento, mas se revela um personagem, na verdade, muito coerente e consistente. Lasso é técnico de futebol americano e sai do Estados Unidos pra treinar um time inglês de futebol, esporte sobre o qual ele não sabe nada.
a gente vai aprendendo lições sobre a vida como ela é, enquanto ele administra expectativas e frustrações de um time inteiro. no dia em que eu compartilhei um story com a tela de abertura da série, recebi uma chuva de comentários. talvez tenha sido o conteúdo com mais engajamento do meu instagram neste ano. e todas as interações foram positivas.
já pensei muito sobre por que essa história comove tanto as pessoas. minha principal aposta é na verossimilhança do personagem principal e no quanto ele é admirável. o elenco de apoio é carismático e incrível também, e as histórias, mesmo sendo muito complexas, têm uma simplicidade boa de acompanhar. Ted Lasso é um cara de bem com a vida, um cara que acredita nas pessoas. e acho que a gente precisa mais disso mesmo.
inspirações da edição
pra não dizer que não fiz lista, vou deixar cinco indicações curtinhas e poderosas pra você levar pra 2025. aproveite pra curtir em janeiro, depois que esse furacão de ano terminar de passar.
o livro De onde eles vêm, de Jeferson Tenório. fazia tempo que eu queria ler algo do autor, consagrado por muitos prêmios e recomendado por muitos amigos. comprei esse mais recente e me arrependi de ter demorado tanto. De onde ele vêm conta, através de Joaquim, a história dos primeiros jovens que entraram nas universidades brasileiras pelo sistema de cotas raciais. a narrativa cobre alguns anos da vida do jovem de Porto Alegre que tenta entender e se adaptar à nova realidade social, que o coloca num lugar de oportunidades e desconforto.
o filme Emília Pérez. só estreia no Brasil em fevereiro do ano que vem, mas já está por aí. eu vi nos Estados Unidos e amei. trata-se de um musical sobre o processo de transição de gênero do chefe de um cartel de drogas mexicano. o longa espanhol é dirigido pelo francês Jacques Audiard. e é a aposta da Netflix pro Oscar. pra mim, é também o principal concorrente do Brasil nas categorias de filme estrangeiro e melhor atriz. a ver!
a playlist da exposição Giants, da coleção particular do produtor musical Swizz Beatz e da cantora Alicia Keys. a mostra é organizada pelo Museu do Brooklyn, que foi onde eu pude apreciá-la e morrer de amores. agora, está no High Museum, em Atlanta. vale a pena ler mais sobre a coleção do casal aqui.
a série Falando a real, da Apple TV, uma das melhores produções no ar atualmente. Jason Segel, um dos criadores da série, vive um terapeuta que, depois de um trauma enorme, passa a aconselhar os pacientes objetivamente pra ajudá-los a resolver seus problemas. a segunda temporada estreou agora no segundo semestre e eu sou totalmente apaixonada pela forma leve como os dramas são abordados. bônus: Brett Goldstein, que também está em Ted Lasso, é um dos criadores.
NEWSLETTERS! sem dúvidas, esse foi o ano em que eu mais li coisas legais na internet, escritas por todo tipo de mentes, sobre os mais diversos assuntos. as newsletters foram excelentes companheiras em todas as fases desse ano e eu dediquei um tempo a reunir as que eu gostaria de indicar aqui pra você.
os textos da Lena Mattar parecem ser só sobre comida e são sobre muito mais. é sempre um deleite!
as críticas do Desafiador do desconhecido me conectaram mais com a indústria do cinema, algo que eu buscava há tempos.
a jaguatirica de coleira, que eu já admirava, agora acho ainda mais brilhante.
tem aquelas newsletters que demoram a chegar e que sempre me fazem abrir um sorriso quando recebo: uma palavra, história guardada, café com caos e Meus Discos, Meus Livros.
tem as que passaram a chegar mais recentemente à minha caixa de entrada e já me conquistaram: Gabi escreve, moving trucks, Notas sem rodapé, Everything is liminal e Galáxia.
e, claro, tem os meus portos seguros de sempre, que são aquelas newsletters queridas do coração, que eu leio em todo momento, que eu paro pra ler quando recebo, e que indico sempre porque realmente admiro muito: salvo news, tudo bom e nada presta, A vida acontecendo, Vamos falar de amor?, Tempo para você e Queria ser grande, mas desisti.
obrigada pela companhia nesse ano intenso. ter esse espaço pra trocar ideias foi fundamental. desejo um 2025 de muita criatividade, muita voz, muitos projetos colocados na rua. e, sempre, saúde! que o próximo ano seja suave. até lá!
como de costume, enquanto a próxima edição não chega, nós podemos conversar lá em @vivi_dacosta. é onde eu compartilho mais sobre as minhas inspirações, a vida e as oportunidades que eu observo por aí. aguardo suas opiniões e sugestões.
Eu também gosto de deixar a agonia passar para encarar os filmes, livros e séries em alta.
Gosto de ver depois que o fogo baixou. Acho que aproveito mais.
Obrigada pela indicação, Vivi, 2025 vou tentar não sumir por muito tempo. Hahaha
Um beijo!! Boas festas, bom descanso e aproveita o friozinho.
Vivi, querida, feliz ano novo e boas festas. 2024 passou voando pra mim tb e ao mesmo arrebatador. E me sinto honrada de ter ler e no final ainda ver a Tempo na lista haha obrigada!